Hoje não posso deixar de abordar este tema. O que de resto faço com muito prazer. Gosto e, modéstia à parte, conheço.
Dois acontecimentos de ontem me impelem a comentar coisas do futebol. Vamos a ales:
Jogo no Maracanã, entre Flamengo e Corinthians, pela Copa Libertadores. Em campo dois ex-jogadores da seleção nacional e artilheiros. Um de cada lado. Adriano e Ronaldo.
Este Ronaldo, que no início da carreira, fulgurante, era tratado carinhosamente de Ronaldinho, virou Ronaldo Fenômeno nos campos da Itália, e agora caminha, tristemente, para virar Ronaldo Ridículo.
Alguém com um mínimo de auto-crítica, um pouquinho de bom senso, na situação do Ronaldo Nazário (como sempre preferiu o Felipão), deveria ter a dignidade de pendurar as chuteiras. Será que ela acha que ainda joga futebol?
Vai terminar, pelo andar da carruagem, da mesma forma melancólica com que Garrincha de despediu do futebol. Vai acabar em equipes do interior, jogando partidas amistosas de exibição. Uma vergonha.
O Ronaldo em campo me faz lembrar de uma pata choca.
O segundo fato de ontem, marcante, foi o jogo entre as equipes do Barcelona e da Intenacionale de Milão. Esta eliminou aquela, que, a propósito, era tida e havida como franca favorita à conquista do título da Copa dos Campeões da Europa.
O jogo foi realizado no Nou Camp, em Barcelona, maior estádio da Europa, que estava com sua capacidade de acomodação para 92 mil torcedores inteiramente tomada.
Aliás, a festa dos torcedores do Barça, nas arquibancadas, antes do início da partida, foi um espetáculo muito bonito de movimento e cores. Numa coreografia bem ensaiada, digna de abertura de Jogos Olímpicos, os torcedores, com retangulos de cartolina, de cores distintas, formaram figuras e símbolos alusivos ao clube e à Catalunha. Bonito de ver. E se tratava, apenas, de uma partida pelas semi-finais da competição.
Este jogo foi um clássico exemplo e ótima oportunidade de discussão sobre a dicotomia defendida por alguns críticos, que fazem distinção entre o futebol arte e o futebol de resultado ou de competição. E há mesmo!
É claro que idealmente a boa equipe tanto jogaria bonito, dando espetáculo, quanto seria competitiva e chegaria aos títulos. Mas nem sempre é assim.
A seleção brasileira de 1982 é um exemplo. Tão bom quanto seria o da seleção holandesa de 1974, chamada de Laranja Mecânica, que após uma campanha brilhante, invicta, encantando pelo futebol jogado, perdeu na final para a pragmática Alemanha.
A Inter, com um time mais limitado, mas extremamente aplicado, com atitude de campeão, desclassificou o Barcelona, que conta com o melhor jogador do mundo atualmente (Messi), muito bem coadjuvado por um naipe de bons jogadores, como Xavi, Daniel Alves, e outros.
Ficou claro que a disciplina tática, o mais das vezes, supera o talento individual, quando se trata de futebol.
E o José Mourinho é um mestre. Ele sabe montar o time, sem mudar as peças. Faz ótima leitura do jogo, quando já em curso, e altera o sistema para anular o adversário, como ninguém.
Enquanto não puserem nas cabeças dos bons jogadores, habilidosos, artistas da bola, que eles devem se empenhar em campo, ocupando espaços, marcando o adversário quando este tem a bola, então o Dunga terá razão. Jogar somente com a bola nos pés é coisa do passado. Malabarismos com a bola, até foca amestrada faz.
Ontem, após o jogo de waterpolo entre Flamengo e Corinthians, entrei no Twitter para externar minha tristeza em ver o Ronaldo em campo, daquela forma, distante anos-luz do que classificamos hoje como atleta de futebol profissional. Uma caricatura. Não sei até onde vai isso, até onde o dinheiro vai convencer o Ronaldo a continuar se expondo dessa maneira.
ResponderExcluirFiquei com pena dele.
Do outro jogo, na Europa, vi o 2o. tempo, e tenho certeza que alguma coisa muito errada estava acontecendo com o Messi. Ele esteve irreconhecível.Para mim, ele amarelou, como amarela nos jogos da Argentina.Ou então tinha alguma contusão. Ele não se entregou ao jogo, não colocou o coração nos pés, e muito menos esbanjou a habitual categoria. Aguardemos os comentários da imprensa.
Depois do jogo de ontem, entre o Arsenal e o Monaco, pela Liga dos Campeões da Europa, entrego os pontos e sou pelo afastamento sumário do Arsene Wenger do comando do time. Devemos agradecer a ele, por ótimos momentos nestes 17 anos nos quais esteve e frente da equipe. Tivemos jornadas memoráveis, como na temporada 2003/2004 quando conquistamos a Premier League de forma invicta.
ResponderExcluirMas nas últimas temporadas não conseguimos nada de expressivo, antes pelo contrário.
Ontem aconteceu a gota d'água.
Faço minhas as palavras do autor do texto no endereço a seguir:
http://espnfc.espn.uol.com.br/arsenal/arsenalismos/wenger-o-incapaz