12 de fevereiro de 2010

Atualidades XVII

Agradeço a Erika pelo respeito a minha dor. Ela não tripudiou, como poderia, em razão dos resultados dos jogos Arsenal e Chelsea. Foi massacrante. No primeiro turno, vitória dos blues pelo placar de 3 a zero. No segundo turno, em partida jogada no último domingo, nova vitória do Chelsea sobre os gunners, desta feita por 2 a zero. Logo, 5 a zero nos dois jogos. Grande responsável, senão o principal por estes resultados, o artilheiro Drogba é marfinense e vai enfrentar o Brasil na copa. Abre o olho, Dunga, que o cara é fera mesmo.

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Meus netos são feras no computador, PlayStation e outras traquitanas do gênero. Mas, lamentavelmente, certamente não distinguem um pardal de um urubu (exagero!)

O que quero dizer é que, diferentemente deles, desde cedo me acostumei com as aves de nossa fauna, conhecendo-as e identificando-as com facilidade.

Isto se deve a dois fatores, relacionados entre sí.  Não havia, há sessenta anos (vou completar setenta, gente) consciência ecológica e, por isso, todo mundo mantinha aves em cativeiro.

Meu padrinho – João - tinha em casa um grande viveiro, nos quais criava (encarcerava seria a palavra) pássaros, digamos, de porte maior: azulão, galos-da-serra e da campina, sanhaço, trinca-ferro e outros. Nas gaiolas, cabloquinho, coleiro, avinhado, pintassilgo e outros, porque cantadores.

Meu tio João (mera coincidência de nomes) , irmão de meu pai, também criava pássaros silvestres: canário-da-terra, pinchanchão (acho que estão extintos, será?), coleiro, sabiás (várias espécies), curió, e vários outros.

Além disso, dos três aos oito ou nove anos, fui visinho de um investigador de polícia, conhecido por Carioca, que mantinha em cativeiro (afinal era policial) muitos pássaros, tais como currupião, graúna, melro e até araponga.

Ora, nós morávamos nas fraldas de um morro, povoado - naquela época ainda era possível - por inúmeros pássaros, como bem-te-vi, tiziu, gaturamo, bico-de-lacre (estes sempre em ruidosos bandos), além, claro, do indefectível pardal e das rolinhas.

Está visto que minha infância foi muito diferente da que têm meus netos. Em tudo e por tudo. Se eles não jogaram bola-de-gude (na rua de terra), se não empinaram pipas coloridas, se não rodaram pião, se meu neto não jogou pelada de rua (Rua São Diogo, na Ponta D’Areia), em contrapartida já foram mais de uma vez a Orlando (onde estão neste exato momento) – na Disney – e têm armários abarrotados dos mais diferentes jogos e brinquedos. Além, claro, de Internet,  iPod e celular com câmera fotográfica.
Eu sou feliz e tenho gratas recordações da infância que tive, mas estou seguro que eles também são com a vida que levam.

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